segunda-feira, 22 de março de 2010

Nacionalismo invade as propagandas comerciais

Por Ananda Almeida e Débora Emílio

Que país não gostaria de ter uma empresa assim?”; “Se o nosso país tem muitos desafios pela frente, não vai faltar energia para vencer cada um deles”; “No pé, a gente é bom, mas na África, a mão também vai fazer diferença”, “Guaraná Antártica – Original do Brasil”. A príncipio, pode parecer apenas marketing dos comerciais, mas a publicidade pode estar vendendo outras coisas além de seus produtos.

"A gente já passou por muita coisa. Vinte anos atrás não dava para imaginar que o Brasil ia superar a inflação. (...) Dez anos atrás, quem podia imaginar a gente emprestando dinheiro para o FMI, ....” O comercial da Chevrolet aparenta manifestar a ideia de que, assim como o carro que está sendo divulgado, com toda sua tecnologia e inovações, o Brasil também é perfeito. Ao falar sobre o empréstimo de dinheiro ao FMI, que antes era a organização que concedia fundos ao Brasil, incita no espectador a ideia de que o Brasil está se tornando poderoso, passando à frente dos países desenvolvidos (o carro novo ultrapassando os antigos). O brasileiro, então, pode começar a desenvolver o sentimento nacionalista, que é a ideologia de uma única identidade para todos os indivíduos de uma nação.

A aversão de brasileiros quanto aos argentinos não é rara de se encontrar. Aqueles, no entanto, sequer sabem o motivo do sentimento de rivalidade com o povo argentino. O comercial das Havaianas com o ator Lázaro Ramos parece ressaltar a superioridade que o Brasil acredita ter em relação à Argentina. Segundo o comercial, entre brasileiros pode-se enxergar os defeitos que aqui existem, mas, diante do turista argentino, precisaram mostrar as qualidades do país, incitando que é um país perfeito. Além disso, o próprio slogan dos comerciais das sandálias Havaianas – “Recuse imitações” – pode dar a entender que o brasileiro tem que comprar chinelos fabricados no Brasil, rejeitando produtos de outros países.

Segundo matéria do jornalista Marcio Aith, da Folha de São Paulo, uma “’publicidade-exaltação’ está invadindo os comerciais”. Além de estarem incentivando o sentimento nacionalista, as propagandas também estão veiculando ideais pró-governo. “O problema é distinguir marketing da simples adulação - em outras palavras, se o produto anunciado é o governo”. No entanto, as empresas que transmitem os seus comerciais com um quê de nacionalismo argumentam que é a satisfação dos clientes que contamina as propagandas. [Leia a reportagem de Marcio Aith na íntegra]

A imagem dos brasileiros mostrada por muitos comerciais, principalmente, nos de cerveja, é a de um povo trabalhador, que passa por muitas dificuldades, mas, mesmo assim, continua feliz e consegue atingir os seus objetivos, pois é um povo guerreiro. Mas, até onde devem ir os limites do “orgulho em ser brasileiro”?

Seleção Brasileira x Nacionalismo

Definida por Marx, “ O socialismo é uma forma de produção”. Mais a qual produção ele se refere? A produção que o nacionalismo é uma ideologia particular e universal, no qual suas características são fortes e onipresentes, onde legitima as nações pelo fato da sociedade está organizada em estados-nação; Mais que pode assumir uma característica radical com consequências violentas ao invés de resultantes.

Partindo disso, vamos analisar o nacionalismo no futebol brasileiro, buscando apontar diferenças entre países como Brasil e Estados Unidos, a cultura Popular e a Midia.

De quatro em quatro anos o Brasil todo se tinge de verde e amarelo. As lojas de roupas começam a mostrar seus novos modelos estilizados, com o nome do país do futebol, por um valor maior do que seria vendido fora dessa época. Isso mesmo! As pessoas só consomem roupas do Brasil de quatro em quatro anos, fora isso, o mínimo que elas usam é o famoso “I Love USA”.

Tirando o carnaval, a copa é a “festa” que os brasileiros mais esperam, o comércio fecha na hora do jogo, as pessoas largam tudo que estão fazendo para vibrar junto e acompanhar cada partida da seleção, em dia de jogo as pessoas que trocavam apenas olhares todas as manhãs no metrô, agora trocam palavras empurradas pelo entusiasmo de falar do futebol, do vencer, do seu país... Nesse dia, milhares de dedos estalam de ansiedade para sair mais cedo do trabalho e assistir ao jogo. Nos transportes, a festa e a briga para chegar o mais rápido em casa são intensas.

De fato, o futebol é a verdadeira paixão do brasileiro. A diferença mais acentuada entre o futebol inglês e o brasileiro nos seus primórdios diz respeito à profissionalização. Na Inglaterra, por exemplo, ela foi primordial para a popularização do esporte e no Brasil a profissionalização só ocorreu porque os jogadores estavam emigrando para países que pagavam salários mensais (principalmente Argentina, Uruguai, Espanha e Itália).

O País do futebol pode ser considerado um sinônimo para o Brasil. Mas não se assuste, em dia de copa é normal o Brasil parar de funcionar. É esse entusiasmo quem guia o estado de espírito das pessoas, elas vestem a camisa do seu país até a sua vitória, porém, tudo pára aí. Independente de mais uma taça ou não, quando acaba, o Brasil perde as suas cores e tudo volta para o rotineiro cinza de cada um.

Se olharmos do ponto de vista da cultura popular brasileira também vamos identificar traços desse nacionalismo exagerado. No verso da música “moro num país tropical, abençoado por Deus”... ou na expressão popularesca “Deus é brasileiro”, encontramos um nacionalismo ligado à religiosidade, o quê é ainda mais perigoso. Em fatos cotidianos também podemos observar à mesma situação.Recentemente, o empresário bilionário Eike Batista, declarou que “o Brasil é o melhor país para se investir no mundo e a atual economia prova isto”. Obviamente que Batista é muito inteligente e sabe que está falando algo muito exagerado e prematuro, mas uma vez que suas empresas têm ações na bolsa e trabalham em território nacional, o empresário usa deste sentimento nacionalista para vender seu peixe.

E do lado midiático? Se fossemos nomear uma forma direta para esse nacionalismo, quando o assunto é futebol, sem sombra de dúvida, a mídia seria a escolhida.

Foi ela que transformou o futebol em festa, que faz o brasileiro despertar um sentimento de esperança em ganhar um titulo que, no final das contas não irá alterar o cotidiano da população. Para o governo essa também é uma época excelente, pois a preocupação de qualquer cidadão é: ‘será que eu vou conseguir assistir ao jogo?’; e não se o governo está aplicando corretamente o dinheiro que arrecada com impostos, se o desemprego aumentou...

E, no final do campeonato se a seleção ainda sair campeã, o governo convida o time e a comissão técnica para ir até Brasília receber uma homenagem. E passa para toda população que ficou dias só torcendo a sensação de que, política e futebol andam juntas, de que ambas estão ‘ótimas’ porque houve uma ajuda do governo para a vitória do país no futebol!


Bruna Campanholo
Bruno Garcia Mirra
Carla Roberta Brasiliense
Dannilo Martins Autorino
Jacqueline Lopes Sobral

Viva à nação ou viva à seleção?


Mais do que uma simples ideologia, o nacionalismo se mostra como uma forma de explicar um orgulho exacerbado pela própria pátria e preconceito com pessoas de outras etnias ou nacionalidades.
No clube Atlético de Bilbao há uma clara demonstração da ideologia nacionalista. O time do País Basco é formado somente por atletas nascidos na região. O argumento para a exclusão é que o time deve valorizar a própria cultura e por esse motivo nenhum jogador espanhol ou de qualquer outra nacionalidade pode fazer parte da equipe. No país, esse tipo de comportamento é de certa forma comum, já que há tempos os bascos tentam sem sucesso a separação da Espanha, liderados pelo grupo ETA (Euskadi Ta Askatasuna).
O Brasil não está isento desse tipo de patriotismo, a diferença é que em nosso país a ideologia se manifesta com mais intensidade nas épocas de Copa do Mundo. Em outros momentos, alimentamos um “nacionalismo mascarado”: que só existe quando algo bom acontece no país ou quando resolvemos reivindicar algo que de fato pode afetar nosso cotidiano. De quatro em quatro anos mostramos ao mundo o quão patriotas somos ao não trabalharmos em horário de jogos da seleção e vestirmos verde e amarelo, simbolizando o orgulho de ser brasileiro. Mas quando não há grandes competições de futebol passamos os dias reclamando dos políticos, da falta de empregos e tantas outras coisas, e dizendo a quem quiser ouvir o quanto o Brasil é subdesenvolvido e ultrapassado.
O “nacionalismo” brasileiro não é o nacionalismo fundado nas raízes da ideologia patriótica, do amor pelo país nem da preservação da cultura nacional, mas o do orgulho passageiro que só aparece quando convém. O brasileiro só vai poder se considerar nacionalista ou patriota quando deixar de ser apenas o “único pentacampeão mundial” e começar a defender o lugar onde nasceu mesmo com todos os defeitos que ele possa ter.

Brunno Minelli
Costantino Nicholas
Marília Torello
Marina Sakovic
Rafael Abreu
Renan Palhares

Um sentimento de IRA que dura há mais de 40 anos


Alguns sentimentos que nos ligam a pátria onde nascemos sempre foram cultivados e reacendidos em momentos importantes na história. A percepção que nos orienta é de uma relação constante de amor e ódio envolvidos em uma gama de emoções guiados pelo que chamamos de nacionalismo. Quando o sentimento do nacionalismo se exacerba, as conseqüências costumam ser aterrorizadoras, como foi o holocausto nazista durante a segunda guerra mundial e os atos do general Franco na Espanha.

Outro caso que o sentimento nacionalista foi exacerbado aconteceu na Irlanda. Anexado ao Reino Unido no século XIX pela assinatura de um tratado (Union Act), os movimentos pela libertação e desanexação sempre correram pelo país. No inicio do século passado, surge o movimento nacionalista que vai lutar pelo fim do domínio inglês e, leva ao surgimento da Irlanda do Norte. O Exército Republicano Irlandês ou IRA, que tem sua fundação datada do ano de 1919, tinha em suas ideologias o sentimento de ver a Irlanda do Norte livre do controle da Inglaterra e reanexar a República da Irlanda para a criação de uma só nação. Mas mesmo com a separação, os irlandeses do norte ainda ficam sob controle britânico.

A partir dos anos 60 que atuação do IRA começa a se tornar radical e o grupo ser considerado terrorista e paramilitar. Após tentativas fracassadas de separação, o governo inglês ocupou com forças militares o país em 1969, dissolvendo o congresso e assumindo pela totalidade as funções administrativas e econômicas do país. Causa essa que revoltou os ativistas do IRA, que decidiram realizar ataques e sucessivos levantes violentos contras os militares britânicos para reaverem o poder.

O IRA continuou em guerra contra os britânicos até 1998, quando foi assinado um pacto com os representantes do governo norte-irlandês, do grupo nacionalista e os britânicos sob a supervisão do então presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton que concedia maior autonomia ao país.

O grupo, após longas negociações e pressões externas, declarou formalmente o fim da campanha armada contra o exército do Reino Unido. O anúncio realizado em 2005 colocaria fim a mais de 40 anos de medo e terror na região, que resultaram em mais de 3 mil mortes. As buscas pelos objetivos do IRA seriam feitos de formas pacíficas. Mas alguns radicais do partido não concordaram e continuam sua luta pela independência, chegando até a discutirem a formação de um novo movimento. Especialistas afirmam que a briga por direitos é um dever e direito de qualquer cidadão do mundo, mas quando ele usa da violência, a causa perde o sentido.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u43380.shtml



Ana Carolina Souza
Bethânia Morico
Guilherme Pallesi
Luiz Felipe Zamataro
Luiz Paulo Montes
Thais Carvalho

Futebol: o motor de uma nação



O nacionalismo é um sentimento que desperta, nasce ou é estimulado na vida dos cidadãos de um determinado país. Sentir fascinação e orgulho por tudo que é de sua terra é normal entre os nativos de qualquer região, que consequentemente desejam melhorias e conquistas para sua pátria. No Brasil, por exemplo, os momentos de nacionalismo acontecem a cada quatro anos, durante a Copa do Mundo. Mobilizações do povo brasileiro iguais as que acontecem na Copa não ocorrem com tanta intensidade em outro período ou momento no país.

Os brasileiros se vestem com as cores da bandeira, cantam o hino nacional o mais alto possível e o maior número de vezes que puderem, enfeitam as ruas para as comemorações, não falam em outra coisa a não ser nos jogos em que o Brasil tem mais chances de ganhar. Enfim, o país para, e o sentimento de união, torcida e orgulho de ser brasileiro invade o coração de todos.

Mas no fim do campeonato todos voltam à sua rotina de vida. Retornam aos seus trabalhos sem a sensação de união. A mídia torna a cobrir as notícias do cotidiano e as “estrelas da festa”, os jogadores da seleção brasileira, retornam aos seus times de origem.

A felicidade de ser brasileiro na temporada de Copa do Mundo é única. Não há nada igual em outra ocasião, isso porque todos estão em sintonia, em prol do Brasil, a favor de que o país tenha mais uma vitória mundial. Afinal o Brasil é o país do futebol e o futebol é uma paixão nacional. Mas, ter motivação para acompanhar o próprio país apenas nesse momento é o que provoca a depredação, destruição e o constante abandono das políticas públicas nacionais. Se o povo brasileiro participar e fiscalizar a administração do estado tanto quanto, de quatro em quatro anos, acompanha os resultados dos jogos de futebol é possível mudar a situação do país. E tentar construir uma sociedade justa e igualitária.

Ter um pouco de nacionalismo, apenas o suficiente para ocasionar interesses para o bem comum, para o bem de todos daquela nação sem prejudicar, ferir ou aniquilar outros governos é o ideal e necessário em um país.

Ana Claudia Cabanas
Amanda Souza
Iara Aurora
Mariana de Campos
Mariana Reis
Thatiana Rós

"O petróleo é nosso"


O nacionalismo surge novamente. Agora como tema de discurso político do governo Lula. É cada vez mais notável esta racionalidade específica utilizada pelo presidente para aprimorar e vangloriar suas ações no país.


Desta vez o lema “O petróleo é nosso” estampa as últimas campanhas relacionadas com a Petrobrás, estatal petrolífera, que será a operadora do pré-sal. Sabe-se que a camada que reúne três bacias sedimentares, está localizada entre cinco estados (Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina).


A Petrobrás, precursora deste tipo de perfuração abissal, já vem explorando essa região há algum tempo, mas ainda não divulgou a quantidade exata dessa reserva. Segundo matéria publicada na revista Super Interessante do mês de março “a Petrobras deverá atingir, em quinze anos, apenas no pré-sal, um volume de extração diária equivalente a tudo que a empresa obtém hoje”.


Com base nesta notícia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apoiou seu discurso falando no progresso, no futuro brilhante que está sendo reservado ao Brasil, caso forem tomadas decisões corretas.


Lula coloca o petróleo como ‘fonte sagrada’ de riquezas para o país. Em entrevista dada ao Jornal O GLOBO ele diz “Vi com os meus olhos e senti nas minhas mãos, na Plataforma P-34 da nossa querida Petrobras, o petróleo que começou a ser produzido no pré-sal. O que assisti ali foi o início de um dos enlaces mais simbólicos da vida deste país. A abertura de uma ponte direta entre riqueza natural e erradicação da pobreza. Iremos transformar uma riqueza perecível, como o petróleo e o gás, em fonte de riqueza perene e inesgotável para o povo brasileiro”. Com essa afirmação o presidente não só abre os olhos dos acionistas e investidores como insiste em lembrar àqueles que desacreditaram da importância da Estatal.


Alegar que isto é progresso para Brasil é possível. Certamente é fácil notar um elemento unificador, que provém de uma moral nacionalista que permanece há tempos dentro do Estado brasileiro. Ressaltando que o pré-sal já foi denominado, inclusive, como uma “dádiva de Deus”. Mesmo ainda não sabendo como irão administrar tais descobertas, o presidente instiga o povo a crer que somos o país do futuro, e, que esse será o salto que a economia necessita para progredir, fazendo – se valer de um discurso nacional – populista, como já foi visto há 40 anos.


O Estado denota a imagem de um símbolo de proteção da população, um patriotismo que passa da moral e chega ao emocional público. O economista ecológico Lester Brown afirmou para o jornal O ESTADO DE SÃO PAULO que ”encontrar mais petróleo agora pode ser um indicador de progresso. Mas, até conseguir tirá-lo do fundo do mar, talvez ele já faça parte da história”. Contudo, o país não deve se perder nas promessas feitas a cerca do petróleo do pré-sal, nem manter todas as suas apostas nas fontes renováveis.


O governo estabeleceu que uma parte dos lucros do pré-sal irá para o ‘Fundo Social’, criado para aplicar a receita do petróleo em setores como educação, infraestrutura, ciência, tecnologia e meio ambiente. Agora resta saber se os planos do Estado em relação a essas riquezas serão realmente aplicados.


Fica fácil de compreender porque o brasileiro aderiu ao slogan de que nunca desiste. Mais uma vez, somos parte desse mesmo sentimento, de uma lealdade ilusória, que a todo o momento é transmitida de maneira sensacionalista, a fim de nos remeter a esse nacionalismo que realmente não leva a lugar algum.


Já tínhamos o carnaval, o futebol, agora somos ‘donos do pré-sal’. E daí?


Nesse momento, o que realmente importa são as decisões a cerca dessa nova fonte de renda e as consequências que estas trarão para a população brasileira de um modo geral.


Além de esperar por esse futuro tão próspero prometido pelo Estado, é chegada a hora do cidadão atentar-se a essas promessas e exigir que sejam realmente cumpridas sem atos de corrupção, de maneira regulamentada, correta, e, sobretudo com responsabilidade. Deixando esse 'orgulho nacional' um pouco de lado para abrir espaço ao que realmente importa: o papel de cada um de nós, cidadãos, nesse contexto.





Carlos Alberto

Dayana Holanda

Fernanda Galib

Mariana Ledo

Samia El Saifi

sábado, 20 de março de 2010

Futebol e eleições aumentam o sentimento nacionalista dos brasileiros

Ana Claudia Rodrigues
Camila Murari
Renan Carvalhais


2010 é ano de eleições e Copa do mundo, nada mais perigoso para aflorar o sentimento nacionalista dos brasileiros que, movidos pela paixão do futebol, se “esquecem” dos problemas do país e a importância da política no cotidiano de cada um. Todos os recentes escândalos envolvendo grandes políticos e autoridades do Brasil ganham pouca importância quando a grande massa de brasileiros tem seu poder compra aumentado e vive em um país que será sede do próximo mundial da Fifa e das Olimpíadas de 2016.

Os discursos do presidente Lula contribuem, também, para aumentar este sentimento que, quando exagerado, pode tornar toda uma nação alienada de sua realidade. É comum ouvirmos nosso presidente dizer, em visitas a outros países ou até mesmo durante viagens internas, que o futuro já chegou por aqui ou que em 10 anos o Brasil será uma das cinco nações mais ricas do mundo. O presidente apenas se esquece de dizer que a educação ainda é um problema cultura no Brasil e o tráfico tem sido a única alternativa para muitas crianças de comunidades carentes onde este “futuro” está longe de chegar. Mas voltemos ao futebol.

O futebol é ainda a cara do Brasil no mundo e é visto como uma guerra na qual não existem armas e a única finalidade é derrotar o adversário e fazer valer o poder do seu país. O engraçado é que a grande maioria dos brasileiros, e nós nos incluímos nesta parte, não canaliza esta mesma disposição para cobrar melhorias ou protestar contra a corrupção no país.
Todo brasileiro se diz patriota e que ama seu país, mas será que todo este “amor” não está apenas relacionado ao futebol e à imagem do país no exterior? Patriotismo não é apenas vestir verde e amarelo todos os dias.

Para entendermos as raízes do nacionalismo no Brasil temos que voltar nos tempos da colonização, no momento em que tivemos a proclamação da independência e a instituição da nossa República. O nacionalismo é uma doutrina, que vem do conceito de lealdade, sendo muito importante para Estado que necessita constantemente das aprovações do povo para tornar mais fácil seu governo.

Um caso mais recente é a descoberta do Pré-Sal. As pessoas se enchem de orgulho pelo país ter descoberto uma nova fonte de petróleo. O presidente Lula, obviamente, aparece com os nove dedos sujos de petróleo dando a entender que finalmente o petróleo do Brasil é nosso.
Não que realizar uma copa e uma olimpíada no Brasil seja uma coisa ruim, pelo contrário, o legado destes eventos ainda continuarão muito úteis para o país por muitos anos, mas o problema está em se alienar por estas conquista em detrimento de outros problemas que estão sendo varridos para debaixo do tapete como a corrupção, por exemplo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Nacionalismo: Sentimento ou Identidade?




Falar do nacionalismo,é falar de sentimento,é falar de uma identidade introduzida politicamente para fortalecer o elo sobre os indivíduos com a sociedade.Passando também pela atitude dos membros que aproximam esta consciência quando buscam sustentar essa demarcação.

Enquanto muitos Estados são nações em algum sentido, existem várias nações que não são Estados completamente independentes.Como por exemplo a Catalunha,uma comunidade autonoma espanhola,situada dentro de um país,e mesmo inserida nestas condições,possui um idioma próprio ( catalão),costumes,ícones culturais e muita história.

A comoção que o nacionalismo desperta é algo como uma intensificação dos sentimentos para com tudo o que pertence à nação,gerando reações nem sempre tão positivas,como tudo aquilo que é excessivo. Atualmente existem muitos conflitos etnicos-culturais relacionados com este orgulho nacional. Podemos falar do povo Basco,que ocupa a região norte da Espanha,com o passar dos séculos enfrentaram diversas invasões,mas continuam mantendo e resistindo,para enfim preservar seus costumes. Através destes acontecimentos surgiu um grupo, originado do movimento socialista,mas conhecido como ETA(Euzkadi Ta Askatana),que significa Pátria Basca Liberdade,que há 36 anos luta pela sua autodeterminação.

Portanto pode-se afirmar que o nacionalismo exarcebado evoca reações radicais,de caráter etnico,aderindo a soberania como foco nas relações sociais existentes entre diversos povos,promovendo conflitos e discórdias.